Dedico esta poesia à mulher que tem coragem de viver a renovação mesmo correndo o risco de perder um velho amor
Reclamas que mudei.
Como posso ser a mesma;
A mesma criatura frágil
Que alimentava a sua impotência
De dar conta da mulher contida em mim?
Queres que eu volte a ser
Um passado sombrio?
Queres que eu apague a luz
Que ofusca seus olhos míopes?
Queres tão pouco de mim!
Esta luz forte
Que ao invés de iluminar
Arde teu olhar,
Moveu-me como estrela guia
Para um lugar distante de ti.
Seguindo minha estrela
Me perdi de ti.
Encontrei-me
Anos luz a frente
Sem a tua presença.
Queres que eu volte.
Volta e meia
Eu volto a lhe dizer:
Para onde?
Para os teus ou para os meus braços?
Abro meus braços
Para acolher-me.
Você chora,
Eu choro também.
Dor que dói na alma.
Queria acolher-te também,
Mas não tenho mais
A fragilidade que busca em mim.
Tenho só a luz que te repele
Que me aproxima da mulher contida em mim.
Te amo!
Mas, o meu amor
Não mora mais na nossa casa.
Quer uma casa só minha
Onde caiba as bagagens de meu Ser.
O meu olhar vagueia no tempo
Buscando respostas.
Quando eu olhar pra trás
Verei nós dois
Quando eu olhar o agora
Verei a mim.
Quando eu olhar à frente
Verei tudo que não coube na nossa historia;
Tudo que existia e não pôde ser
Podendo ser agora.
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