sábado, 14 de março de 2015

MENINO


Para toda criança que ficou perdida num mundo adulto chato e  sem diversão


Por onde anda aquele menino
Que brincava nos dias ensolarados
Brincava até mesmo nos dias cinzentos
Veio a noite e o menino se perdeu na escuridão
Sair da escuridão e viver a noite, ele pode

Nas noites estreladas o menino olhava as estrelas
Nas noites de luar contemplava a lua
Nas noites nubladas procurava as estrelas e o luar
Nas noites da alma sentiu a dor
E a dor adormeceu o menino

Hoje o menino não brinca mais
Ele está amarrado e trancado em algum lugar
Nem sempre ele sabe onde
Às vezes se situa, brinca e ri
Mas novamente se perde, angustia e deprime

O menino que curtia o sabor das balas
Quer hoje o sabor dos medicamentos
E tornar a vida mais doce
Arrota sentimentos  amargos 
Engole a vida sem saboreá-la

O tempo passou
Vejo um homem inteligente
Vejo também um homem frágil sem a força do menino
O menino se tornou um homem
O homem anceia, mas teme encontrar o menino

O medo do homem aprisiona o menino
Se não liberta-lo...
A esclerose há de fazer isto por ele
Pois o tempo passa
Passatempo – acho que ele precisa disto

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